domingo, 20 de agosto de 2017

CABOCLO DA TERRA





Eu sou caboclo da terra

Vivendo em arranha-céus,
Em quartos quais celas,

Me esqueço e me cubro de véus.

Mas nem o tempo nem o vento,

Esconde quem eu sou.

Sou caboclo, preciso da terra

Preciso também dos céus!



Saboreio comidas de chef “de France”

Do meu time me lembro do último lance.

Transito avenidas e escalo degraus,

Mas sou caboclo da terra,


Olhando sempre pros céus,

sábado, 27 de maio de 2017

TUDO TRANSPARECE NUM OLHAR




TUDO TRANSPARECE NUM OLHAR

Já se diz há muito tempo, que os olhos são a janela da alma. 
Se você não acredita, tem perdido metade da vida,
junto com seus amigos, parentes e até mesmo  
nas interlocuções diárias com desconhecidos.

Tudo transparece num olhar !
pessoas riem, pessoas choram,
pessoas emitem esperanças, através dos olhos.
Para a física,
a  luz incide na córnea
e converge até a retina,
formando as imagens.
Para esta formação de imagem
acontecem vários fenômenos fisiológicos,
no entanto, para o estudo da óptica

podemos considerar o olho
como uma lente convergente,
com distância focal variável.

Para nós, leigos, ínfimos,
desassociados dos conheceres técnicos,
nossa interpretação distancia da definição.

Para um sonhador como eu,
que vive a linguagem da hipótese,
caminha as margens da  linguagem dos sonhos
e descansa no mundo das intuições,
o olho é uma lente divergente,
com distância focal infinita
e que transforma sentimentos em imagens.

Tudo pode transparecer num olhar!
Mas depende do outro.
É um suspiro,
emitido num momento sequencial do encontro
ou do confronto.
Pode transmitir um encontro ou uma afronta.
Mas transmite.

Os olhos, salvo engano de minha parte,
são os únicos órgãos no corpo,
além dos nervos,
que trazem em suas partes nomes de sentimentos.
O humor vítreo, que é a maior parte do olho,
e o humor aquoso, que está no meio da córnea.
Acho que por isso não escondemos
nem o bom nem o mau humor.

Tudo transparece num olhar !

AAM


sábado, 13 de maio de 2017

MÃE É MÃE !



05/05/09 - Prov. 31:28- Os seus filhos a respeitam e falam bem dela!

Poderia dizer que fui um menino de rua, não fosse a conotação dada nos dias de hoje, especialmente em São Paulo, que significa bandido, ladrão, trombadinha, morador de rua, etc.

Meus tempos de menino, a rua era lugar de jogar bola, bolinha de gude, rodar pião, brincar de esconde-esconde, pega-pega, carrinho de rolimã. Tinha as malícias de menino, sim, mas nada comparada com o que se vê hoje. 

Mas o nome desta crônica tem a ver com tudo isso porque, que eu me lembre, só se parava provocação, na rua, com a chegada de alguém mais velho ou quando se tocava no santo nome  “mãe”. Aí era briga certa! Mãe é mãe. Ponto final. O outro sujeito podia ser maior, mas ninguém levava o desaforo prá casa.  Era também a única briga em que se apanhava h-o-n-r-o-s-a-m-e-n-
t-e!. “Apanhei, sim, mas ele xingou minha mãe!

Mas isso também poderia ser uma justificativa para bater no “fracote” que ficava perturbando as brincadeiras, ou por motivo nenhum! Coisa de criança!  Mas quando a cobrança vinha,  a desculpa era: Ele xingou minha mãe ! Ah malandro, então a surra foi bem dada!  E o coitado, por mais que se  justificasse, não tinha razão.

Com o amigo mais chegado, aquele das confidências, dos passeios, parceiro das brincadeiras, com esse havia certa concessão, pois se ele, num momento de euforia, disputa no jogo, ousava tocar no nome “mãe”, a reação era instantânea, porém, a amizade mereceria um aviso: “Ó, pode me xingar do que quiser, mas a nossa mãe não ta?”. Se o outro era amigo mesmo, logo se desculpava e o jogo prosseguia. Tempos bons.

Mas melhor ainda era chegar em casa. Sempre tinha uma palavra de carinho, alguma coisa gostosa pra comer, apesar das dificuldades financeiras.  Era o famoso bolinho de chuva salgado, o bolão de fubá, o cafezinho quente. Que ainda hoje existe, na mesa da cozinha. Coisas triviais, porém com gosto de mãe.

Lembro-me também do dia em que ela fez uma camisa bege prá mim. Pode não ter levado uma etiqueta famosa, mas a alegria estampada em seu rosto e a sua recomendação de que aquela cor ficava bem em mim, atravessou mais de meio século de minha existência  e hoje elas ainda são a maioria no meu guarda-roupa. Palavra de mãe!

Mas o tempo passou,  os filhos cresceram. Não cuida mais de nós. Nós é que cuidamos dela. Não tanto como ela gostaria que cuidássemos. Sempre vem aquela desculpa na hora dos nossos afazeres que nos leva  para longe do olhar dela: “Você sabe que a empregada só chega as dez horas? Pois é . E o ladrão  entrou aqui as  nove. Não sei como vou fazer!”  “Mãe, sossega! A empregada chega as oito e meia e o ladrão entrou aqui às dezenove horas!”  “É, mas que vou ficar sozinha, eu vou !!!”

Nessa hora o riso vem, e a vontade de abraçá-la toma conta,  porque o que ela quer afinal é a presença dos filhos.   Mãe é mãe !



AAM 

segunda-feira, 10 de abril de 2017

A ESPERA




Quem pode definir a espera?  O tempo pode ser cruel, pode ser  frio, Quente, Alegre, 


reconfortante,  ou quem sabe,  apenas um tempo de espera.

A espera não depende de nós.  Depende do outro. A espera caminha na possibilidade do outro lado. 

A espera,  anseia por pensamentos frágeis, débeis,  dúbios,  sempre.   Não se pode 

medir a espera, calcular porcentagens, saber com exatidão.  É espera. 


Espera cessa quando já não me interessa.  Espera está no coração. Espera que não

sente, não sofre, não geme, não imagina, não vagueia, não é  espera.


Esperar  não é ruim.  Ruim é não saber esperar.  Não saber ansiar, aguardar ver o 

momento,  a alegria do chegar, e viver o resultado do encontro,  o vivenciar do depois.


O depois é prêmio de quem sabe esperar.

Ah... Feliz é quem tem o que esperar !




AAM 

sábado, 18 de março de 2017

DOCE BAILAR DOS SENTIMENTOS Poesia



Doce bailar dos sentimentos das noites quentes de luar

Sonhar é preciso para o amor seu caminho embalar

Suave momento de dois corações em movimento se saudar

Noite adentro em cálidos segmentos ditados por se amar


Doce  olhar, desvendando o âmago do querer

Sem fala revela segredos do coração a arder

Unânimes continuam a jornada  colorida de se ter

Um ao outro,  outro tanto,  sempre pronto a se envolver


Doce união  de mãos que pronunciam  a aliança das vidas

Eternamente unidas pelos laços do amor.

Passa a guerra, passa a terra, passam as quimeras das lidas

Permanecem as juras, as aventuras  vividas.


no doce bailar das noites quentes de luar.


AAM  - 15/03/2017

  Thank You, Jesus

sexta-feira, 3 de março de 2017

PALHOÇA DO POETA



Na palhoça do poeta,
Tem vida e muita beleza
Não rola muita moeda,
Mas lá  é que tem muita riqueza!

Na palhoça do Poeta em muitos encontros,
Em crônicas, poesias e contos,
Há sabedoria sem grandes confrontos.
Deixa feliz quem nela se encontra.

Na palhoça do poeta
O amor canta prosa e encanta
E  em cada canto há uma porta
Que  para o céu nos transporta

Quem ama o que o céu nos regala,
A palhoça do Poeta espalha.
Dedica o poema e embala
Nas redes, nos grupos em malha.


AAM – 10/02/17    - SP

quinta-feira, 2 de março de 2017

E S P A Ç O !

Espaço,  quero espaço
Não quero fugir do abraço,
Não quero fugir do apreço
Quero fugir do sem nexo
Quero espaço 

Quero horizonte
Além da  minha fronte,
Além do meu ontem.


Além, somente
Seguir em frente
Com muita gente,
Ainda que  geneticamente.
Quero horizonte.

Quero os  lados, sem enfados,
Entender sem esquadros
Os quadros pintados,  jateados
Jactados,   delineados.
Quero os lados.

Quero abrir os braços
Prosseguir em avanços
Vencer barrancos
Traçar outros traços.


Espaço.  Horizonte.
Os lados. Os braços
Que quadro:  

abraços !

AAM